sábado, 18 de junho de 2011

O destaque a arquitetura religiosa

 Os primeiros templos religiosos construídos no Brasil seguiam o estilo tardo-renascentista ou maneirista português, conhecido como Estilo chão. Esta estética caracteriza-se pelas fachadas compostas por figuras geométricas básicas, frontes triangulares, janelas próximas ao quadrado e paredes marcadas pelo contraste entre a pedra e as superfícies brancas, de caráter bidimensional.A decoração é escassa e circunscrita em geral aos portais, ainda que os interiores são ricos em altares, pinturas e azulejos. Hoje em dia restam poucos exemplos da arquitetura quinhentista no Brasil, uma vez que boa parte das edificações mais antigas foi ou destruída ou muito alterada. Exemplos raros de arquitetura religiosa quinhentista são a Igreja Matriz de São Cosme e São Damião de Igarassu (começada em 1535 e depois reformada) e a Igreja da Graça em Olinda, construída no último quartel do século XVI, com uma fachada maneirista inspirada na Igreja de São Roque de Lisboa. 
Igreja de Nossa Senhora da Graça em Olinda, uma das mais antigas do Brasil (finais do século XVI).
O Barroco foi um importante movimento artístico do Brasil colonial, colocando em ascensão o catolicismo.
Interior de uma igreja em Mariana
Esse estilo caracteriza-se pelos retábulos formados por arcos concêntricos de densa carga escultória, com motivos vegetalistas e anjos, muitas vezes sustentados por colunas salomônicas.Nas Minas Gerais, o Ciclo do Ouro favoreceu a atividade construtora durante todo o século XVIII, dando origem a alguns dos mais interessantes monumentos arquitetônicos coloniais brasileiros. Como em outras regiões, quase todas as igrejas foram construídas seguindo plantas maneiristas chãs, como por exemplo a Catedral de Mariana , construída na primeira metade do século XVIII, que além da planta retangular tem uma fachada bidimensional com frontão triangular, lembrando os templos jesuítas do século anterior.
Igreja de São Pedro dos Clérigos (Mariana), com sua arquitetura belíssima. 
O rococó, por muitos autores considerado como a fase final do barroco, é um estilo decorativo de origem francês que se espalhou pela Europa a partir da primeira metade do século XVIII. Caracteriza-se pelo uso de motivos decorativos específicos, muitas vezes assimétricos, entre os quais se destacam as rocalhas, motivos abstratos em forma de concha.Talvez a mais importante das igrejas mineiras desta fase seja a Igreja da Ordem Terceira de São Francisco de Ouro Preto, um marco da arquitetura luso-brasileira começada cerca de 1765. A excepcional fachada desta igreja incorpora torres circulares, muito recuadas, posicionadas em ângulo em relação à fachada e coroadas por cúpulas bulbosas.
Fachada da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco de Ouro Preto (começada em 1765).
Nossa Senhora cercada de anjos músicos, de Mestre Ataíde, no teto da igreja

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Origem da Arte Colonial no Brasil

  Após a chegada de Cabral, Portugal tomou posse do território e transformou o Brasil em sua colônia. Primeiramente, foram construídas as feitorias, que eram construções muito simples com cerca de pau-a-pique ao redor porque os portugueses temiam ser atacados pelo índios. Preocupado com que outros povos ocupassem terras brasileiras, o rei de Portugal enviou, em 1530, uma expedição comandada por Martim Afonso de Sousa para dar início à colonização. Martim Afonso fundou a vila de são Vicente (1532) e instalou o primeiro engenho de açúcar, iniciando-se o plantio de cana-de-açúcar, que se tornaria a principal fonte de riqueza produzida no Brasil.
Após a divisão em capitanias hereditárias, houve grande necessidade de construir moradias para os colonizadores que aqui chegaram e engenhos para a fabricação de açúcar.
 
  Iniciou-se a construção das primeiras vilas, como por exemplo São Vicente, no litoral Paulista. Atualmente, as cidades de Olinda e Iraguassu (PE), Parati (RJ), Laguna (SC), cidade de Goiás (GO), Cachoeira e São Sebastião (SP) e outras no interior de Minas Gerais ainda conservam as construções desse período. Casas, igrejas e solares representam parte da história do país e são protegidos como Patrimônio Histórico, Cultural e artístico do povo brasileiro.
  A arquitetura era bastante simples, sempre com estruturas retangulares e cobertura de palha sustentada por estruturas de madeira roliça inclinada. Essas construções eram conhecidas por tejupares, palavra que vem do tupi-guarani (tejy = gente e upad = lugar). Com o tempo os tejupares melhoram e passam os colonizadores a construir casas de taipa.
Com essa evolução, começam a aparecer as capelas e os centros das vilas, dirigidas por missionários jesuítas. Nas capelas há crucifixo, a imagem de Nossa Senhora e a de algum santo, trazidos de Portugal.
As primeiras cidades construídas pelos portugueses não possuíam um planejamento urbano definido, tendo casas construídas muito próximas das outras. Os materiais empregados variavam de acordo com a localização: no litoral utilizava-se pedra e cal; no interior, barro batido, madeira e barro ou pedra.

Construções no litoral
Construções no interior